Vindima

"Esta era uma altura do ano que se fazia sentir a alegria de toda uma gente, nascida e criada neste pequeno recanto do planeta.
Assim que se avizinhava o mês de Setembro era comum verem-se os vizinhos conversando sobre o tema, quer nos caminhos quer nas tabernas que existiam neste lugar.
Cada família programava a sua vindima, de forma a que todos ficassem coordenados para se poderem entreajudar.
Bem cedo, já se ouviam os cantares em grupo, designados por falsetes, por vezes também se ouvia uma concertina a ajudar à animação.
Depois das uvas cortadas eram transportadas em cestos de madeira às costas, suportados por uma “troixa” que era colocada sobre as costas e presa por uma fita de serapilheira à cabeça, para que a mesma não se soltasse.
Era assim trazido até ao lagar, ou carregado para os carros de bois.
Depois de tudo colocado no lagar era hora de se dar inicio à “sova”, normalmente feita pelos homens e por algumas crianças de casa.
O vinho era pisado por norma 1H30 a 2H00, até que a grainha se soltasse e flutuasse na superfície. Dado o tempo necessário de lagar, o resto era fechado por um cesto para a dorna (reservatório junto ao lagar) e só depois era canalizado para as pipas de madeira. Finalizado este trabalho, aguardava-se alguns dias para que o “canganho” da uva pudesse ficar bem espremido, para que passado 3 dias fosse ensacado e levado para o alambique a fim de poder ser transformado em água ardente."







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