Domingo de Ramos

Artigo: Jornal A Verdade





















"No domingo que antecede a Páscoa, acontece o Domingo de Ramos. Este dia não é feriado mas marca o arranque para a Semana Santa.
Mas afinal porque se diz que é dia das madrinhas? O Jornal A VERDADE foi tentar perceber o que está por detrás desta tradição antiga que se mantém até aos dias de hoje, embora com significativas mudanças. 
Este ano, o Domingo de Ramos acontece no dia 14 de abril, data que evoca a memória referente à entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, onde foi aclamado por multidões como Filho de Deus. 

Segundo a Bíblia, nesse momento, Jesus Cristo foi recebido enquanto as pessoas abanavam um ramo de oliveira ou palmeiras.
Desde então, a oliveira passou a ser conotada como símbolo da vitória de Jesus, assim como de humildade e paz. É esta a razão católica pela qual, neste domingo, se oferecem ramos de oliveira, benzidos pelo padre, aos padrinhos.
“Estes ramos eram oferecidos aos padrinhos pois, segundo a igreja, são eles que devem guiar os seus afilhados na fé, caso os seus pais falhem nesse aspeto”, explicou o padre André Machado, representante da Vicarial Juvenil Diocesana do Porto.
Com o tempo foram-se mudando práticas e modos de vida e, com elas, esta tradição tem vindo a alterar-se. Já são muitos os afilhados que não dão os ramos de oliveira às suas madrinhas, “mas isso não será obrigatoriamente sinónimo que a mensagem que este ramo passa esteja a dissipar-se”, salientou o padre.

“Há um maior poder de compra e consumismo, logo, hoje pode-se dar mais aos nossos padrinhos do
que há cerca de 30 ou 40 anos”, adiantou.
Atualmente, é mais comum oferecer-se uma planta, ou comprar um ramo. O padre André, embora admita não ter uma opinião formada sobre esta questão, fala-nos que muitas pessoas também deixaram de ir à missa e, assim, provavelmente não têm o ramo de oliveira benzido e optam por algo mais prático: ir a uma florista.

Mas, antigamente, o ramo de oliveira oferecido às madrinhas tinha outras utilidades. Por exemplo, quando estava a trovejar, “queimava-se um pouco do ramo benzido junto da imagem de Santa Bárbara, santa protetora contra os raios e tempestades”. Prática esta que tem vindo a diminuir junto
da comunidade.
São muitas as mudanças mas o certo é que, com ou sem ramo de oliveira, o Domingo de Ramos continua a ser festejado. Todas as madrinhas e padrinhos neste dia esperam o ramo dos seus afilhados.
Já os afilhados, esperam que o seu ato seja retribuído com o “folar”.
Antigamente, este folar era uma regueifa doce, ou um pacote de amêndoas. Hoje em dia, os “folares” são, na maioria das vezes, bens materiais."

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