Matança do porco

"Nesta aldeia era tradição as famílias fazerem criação de porcos. Por isso deixavam crescer uma fêmea para que esta reproduzisse e assim abastecesse as casas vizinhas onde cada família era responsável pela criação.
Chegado o inverno era tempo da “matança”. O primeiro matador de porcos do lugar foi o Sr. Avelino de Sá, o mesmo usava uma faca própria para o efeito, mais tarde foi substituído pelo Sr. Alberto “O Fogo”.
Por norma eram sempre precisos 4 a 5 homens para segurar o animal e conseguir mantê-lo preso em cima das tábuas ou num carro de bois onde ia ser morto.
Depois de bem seguro o matador atava-lhe o focinho e espetava-lhe a faca.
Após a sua morte, era tempo de recolher o seu sangue e cozê-lo numa panela de ferro ao lume que iria ser servido com azeite e alho a todos os que ajudaram à sua matança.
De seguida procedia-se à queima do pelo com faixas de centeio para que o couro ficasse bem amarelinho. Assim que estivesse todo queimado dava-se início à sua lavagem que era feita com água, sabão e uma pedra.
Feito isto o animal era pendurado em “chamariz” (pau em forma de V) no teto da adega ou numa loja ou cave. Depois era aberto e retiravam-lhe o bucho e os intestinos.
Desenvencilhavam-se todas as tripas. Lavavam-se e colocavam-se em salmoura um dia. Estas serviriam para a confeção de salpicões e chouriças.
No dia seguinte iniciava-se a desmancha feita pelo matador."



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