Desfolhada

"Há alguns tempos atrás, era comum em Pias, fazerem-se desfolhadas na “Eira da Dona Laura Barbedo” marcava-se o dia com os vizinhos, família e amigos e cortava-se o milho com uma foucinha.
À medida que se desfolhava o milho, ia-se amontoando as espigas nos cestos, que depois de cheios, eram carregados no carro de bois para serem despejados na “eira”.
Ali juntavam-se vários amigos familiares, para começarem assim a desfolhada, cantando e tocando animando assim a noite.
A apanha do milho servia para os animais, para encherem colchões, etc.
Os jovens e as jovens participavam entusiasmados na desfolhada, sempre na esperança de encontrar o milho rei (espiga vermelha) para poderem dar um beijo ou abraço ao namorado ou namorada, amigo ou amiga.
Mas, para o poder fazer feliz, o achador, teria que gritar bem alto “Milho rei” e o direito de dar uma volta a todos os amigos trabalhadores, distribuindo abraços.
Antigamente esta era uma oportunidade única para se aproximarem fisicamente dos rapazes ou das raparigas.
Na época, as convenções sociais eram muitas e a vigilância por parte dos pais era muito apertada.
Por norma, quando não eram feitas durante o dia, faziam-se à noite, à luz da candeia, a um ritmo de canto e música.
Era também a altura propícia ao baile.
Apesar do cansaço, as desfolhadas eram sempre motivo de alegria para aqueles que nelas participavam."



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