Provérbios populares (Meses)

  • Janeiro
Em Janeiro, sobe ao Outeiro;
Se vires verdejar, põe-te a chorar;
Se vires terrear, põe-te a cantar;
Janeiro: geeiro;
Janeiro molhado não é bom para o pão, mas é bom para o gado;
Janeiro frio e molhado enche a tulha e farta o gado;
Em Janeiro, sete casacos e um sombreiro;
Trovão em Janeiro: nem bom canastro nem bom palheiro;
Não há luar como o de Janeiro, nem amor como o primeiro;
Comer laranjas em Janeiro dá que fazer ao coveiro;
  • Fevereiro
Fevereiro: rego cheio;
Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado nem bom celeiro;
Água de Fevereiro enche o celeiro;
Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.
Fevereiro: rego cheio;
  • Março
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço;
Enxame de Março apanha-o no regaço;
Em Março, onde quer passo;
Em Março, tanto durmo como faço;
Nasce a erva em Março, ainda que lhe deem com o maço;
Março, marçagão, de manhã cara de rainha, de tarde corta com a foucinha;
Sol de Março queima a dama no paço;
Março, Marçagão, de manhã Inverno à tarde Verão;
  • Abril
Abril: águas mil, quantas mais poderem vir;
Em Abril, águas mil, coadas por um mandil;
A água que no Verão há-de regar em Abril e Maio há-de ficar;
Abril molhado, ano abastado;
Seca de Abril deixa o lavrador a pedir;
Abril frio e molhado enche o celeiro e farta o gado;
Em Abril, queimou a velha o carro e o carril;
  • Maio
Maio hortelão: muita palha e pouco grão;
Maio couveiro não é vinhateiro;
Maio pardo faz o ano farto;
Em Maio, nem à porta saio;
Maio pardo e ventoso faz o ano farto e formoso;
Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho;
  • Junho
Junho calmoso: ano famoso;
Junho floreiro: paraíso verdadeiro;
Sol de Junho amadura tudo;
Junho chuvoso: ano perigoso;
Enxame de Junho nem que seja como punho;
Em Junho, foice no punho;
Feno, alto ou minguado, em Junho é segado;
  • Julho
Julho quente, seco e ventoso: trabalha sem repouso;
Em Julho, prepara o vasculho;
Em Julho, ceifa o trigo e faz debulho. E, em o vento soprando, vai-o limpando.
Não há maior amigo do que Julho com seu trigo;
Por todo o mês de Julho, o meu celeiro entulho;
Julho abafadiço: abelhas no cortiço;
  • Agosto
Agosto nos farta, Agosto nos mata;
Quem em Agosto ara, riqueza prepara;
Quem malha em Agosto malha contra gosto;
Chuva em Agosto enche o tonel de mosto;
Quando chove em Agosto, chove mel e mosto;
Agosto tem culpa se Setembro leva a fruta;
Em Agosto, toda a fruta tem gosto;
Seja o ano que for, Agosto quer calor;
Se querer o teu homem morto, dá-lhe couves em Agosto;
Em Agosto, ardem os montes; em Setembro, secam as fontes;
Nem em Agosto passear nem em Dezembro marcar;
Em Agosto, candeeiro posto;
Em Agosto, frio no rosto;
  • Setembro
Setembro: mês dos figos e cara de poucos amigos;
Setembro molhado: figo estragado;
No pó, semearás; em Setembro colherás;
Em Setembro, ardem os montes e secam as fontes;
Setembro ou seca as fontes ou leva as pontes;
Lua nova setembrina sete luas determina;
Setembro é o Maio do Outono;
  • Outubro
Outubro quente traz o diabo no ventre;
Outubro suão: negaças de Verão;
Logo que Outono venha, prepara a lenha;
Outubro meio chuvoso faz o lavrador venturoso;
Em Outubro, o sisudo colhe tudo;
Em Outubro, sê prudente: guarda pão e semente;
Em Outubro, pega tudo;
A árvore plantada no Outono tem um ano de abono;
Se Outubro for erveiro, guarda para Março o palheiro;
  • Novembro
Em Novembro, prova o vinho e semeia o cebolinho;
Cava em Novembro e planta em Janeiro;
Em Novembro põe tudo a secar, pode o Sol não tornar;
Novembro é quente no começo e frio no fim;
Novembro pelos Santos, neve nos campos;
Em dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho;
Novembro à porta, geada na horta;
No dia de São Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho;
Pelos Santos, neve nos campos;
Por São Martinho, todo o mosto é bom vinho;
  • Dezembro
Em Dezembro, treme de frio cada membro;
Em Dezembro, lenha no lar e pichel a andar;
Em Dezembro, descansar, para em Janeiro trabalhar;

Comentários