Entrudo

"No entrudo havia uma semana dedicada à comadre e uma outra dedicada ao compadre.
Nessa semana as raparigas tratavam de fazer um boneco de palha que no final era vestido com roupas confecionadas pelas mesmas.
O mesmo acontecia com os rapazes que também eles construíam uma comadre em palha e vestiam-na com algumas roupas arranjadas para o efeito
Por norma todos os fins-de-semana haviam bailes, ora no terreiro de Pias, ora na garagem do Sr. Martinho. O espaço era decorado com mimosas, fitas e confetes.
A determinada altura, surgia no baile um reboliço que se devia ao facto de alguém já estar fora do salão com o compadre ou com a comadre na mão, prontos para iniciarem a corrida aos mesmos.
Ou seja, os rapazes mostravam a comadre às meninas e estas tentavam correr atrás dele, com o intuito de lhes retirar a comadre e protege-la do fogo já que este seria o fim dela.
O mesmo se fazia ao compadre depois de muita luta ganhava aquele que conseguisse apanhar o boneco ou boneca e ganhava assim a equipa adversária.
No final o(a) boneco(a) que fosse apanhado teria como destino, a destruição no fogo.
Feito isso prosseguia o baile até ao início da noite.
Era também habitual no domingo de Carnaval fazer-se um baile de máscaras e a corrida ao touro, onde 4 homens se juntavam e eram cobertos por 2 ou mais mantas, eram colocados uns chifres no cima da cabeça, e um rabo na traseira.
E assim divertia-se o povo que se aglomerava no terreiro de Pias para assistirem à corrida do mesmo. Esta corrida era feita à volta das pessoas que se encontravam a assistir.
No final, depois de descobertos quem eram afinal os toureiros, a tarde continuava ao som da música que acompanhava o evento."




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